(Nota prévia: texto de um grande amigo que, sem muito acesso ao mundo virtual, me honrou ao pedir esse espaço como meio de publicação de suas palavras.)
"a luz da tarde filtrada pelas nuvens coloria de dourado a cintura à mostra daquele corpo feminino
a blusinha de listras brancas em faixas vinho, de golinha simples e clara, esticava enquanto minha namorada apanhava amoras
nossas camisetas serviam de cestos para as frutinhas que caíam ao som de conversas que continuam a se repetir embaixo daquelas árvores enfileiradas
ela sugerira fazer uma geleia de amoras, por isso as colhíamos, indo de pé em pé, ao longo da calçada da faculdade, os carros passando anônimos ao lado
um pouco antes, pedira para ela soprar um dente de leão, para que eu fotografasse quadro a quadro a desfragmentação da plantinha
segurou o caule e fechou os lábios em posição de beijo; soprou de olhos fechados e uma abundante nuvem de partículas claras veio em minha direção
não sei se foi a luz, ou o perfume doce que exalava da nunca escondida por feixes de cabelos escuros, ou mesmo a tarde que se demorava como um suspiro, mas algo ali enganou minha malícia e o eterno pareceu possível "
a blusinha de listras brancas em faixas vinho, de golinha simples e clara, esticava enquanto minha namorada apanhava amoras
nossas camisetas serviam de cestos para as frutinhas que caíam ao som de conversas que continuam a se repetir embaixo daquelas árvores enfileiradas
ela sugerira fazer uma geleia de amoras, por isso as colhíamos, indo de pé em pé, ao longo da calçada da faculdade, os carros passando anônimos ao lado
um pouco antes, pedira para ela soprar um dente de leão, para que eu fotografasse quadro a quadro a desfragmentação da plantinha
segurou o caule e fechou os lábios em posição de beijo; soprou de olhos fechados e uma abundante nuvem de partículas claras veio em minha direção
não sei se foi a luz, ou o perfume doce que exalava da nunca escondida por feixes de cabelos escuros, ou mesmo a tarde que se demorava como um suspiro, mas algo ali enganou minha malícia e o eterno pareceu possível "
João Manoel Romão, maio de 2010
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